De acordo com Dicio (2024), razão é a “capacidade de resolver alguma coisa através do raciocínio; inteligência”. Dentro das organizações, usamos a razão para tomar decisões mais assertivas que minimizem os riscos e aumentem as chances de sucesso, algo fundamental em um ambiente competitivo no qual cada negócio busca seu espaço no mercado.

   Por outro lado, temos a intuição que, de acordo com Dicio (2024), é a capacidade de prever, de adivinhar um evento futuro, de identificar ou pressupor coisas. Basicamente, a intuição está ligada à nossa capacidade de deduzir coisas, normalmente sem uma avaliação lógica. Ainda assim, existem líderes que tomam decisões com base na intuição, muitas vezes ligada à sua experiência de mercado e conhecimento profissional, ao invés de se apoiar exclusivamente em dados que garantiriam maior assertividade. Mas a pergunta que fica é: por que eles fazem isso, apesar dos riscos associados?

   Vamos imaginar o caso de uma pessoa que está empreendendo pela primeira vez em um negócio de artesanatos e sem muito conhecimento sobre gestão. Inicialmente são feitos três modelos de peças artesanais para serem vendidas no bairro. Na primeira semana de vendas, o dono do negócio observa que o modelo número dois foi a preferido do público.     Ele decide produzir essa peça em maior quantidade para obter mais lucros, com base na coleta de dados (o número de vendas de cada produto). Aqui, nota-se que houve uma decisão racional.

   Agora, apesar dos dados indicarem que o modelo número dois é a mais popular, o empreendedor decide lançar uma nova linha de peças que combina elementos das três peças originais. Ele percebe que os clientes valorizam a originalidade e a variedade, e acredita que essa combinação pode atrair mais clientes, mesmo sem ter dados concretos. Aqui, a decisão é baseada na intuição apoiada na sua vivência e observação do mercado.

   Esses dois exemplos simples mostram que, de um lado, temos decisões lógicas apoiadas em dados (decisões racionais) e, do outro, decisões tomadas com base na intuição do gestor. Um exemplo claro do uso da intuição foi durante a pandemia da Covid-19, quando os gestores tiveram que tomar decisões em um ambiente de extrema incerteza e falta de dados concretos, optando por seguir caminhos que pareciam ser os mais adequados naquele momento.

   Nessas situações, a intuição, apoiada na experiência pessoal e profissional, torna-se crucial para navegar pelas adversidades e buscar soluções eficazes. Sendo assim, é importante conhecer bem o público, fazer pesquisas de mercado, analisar os concorrentes, entre outras medidas de coleta de dados, mas isso não exclui o conhecimento acumulado ao longo da vida do gestor, afinal, esse conhecimento também será importante para indicar caminhos que levem a resultados positivos para a organização.

   Mas afinal, qual é a melhor opção para tomar decisões: a razão ou a intuição?

  A verdade é que você fará uso de ambas ao longo de sua experiência profissional. À medida que adquirimos mais conhecimento e experiência, ganhamos habilidades para lidar melhor com os desafios e, a partir disso, tomar decisões mais rápidas e eficazes em situações como divergências no ambiente de trabalho, formas de comunicação com clientes e colaboradores, identificação de oportunidades de inovação, entre outras. Mas não se engane, decisões sobre investimentos ou estratégias devem ser fundamentadas em dados para aumentar as chances de sucesso.

   Por fim, é importante buscar conhecimento contínuo sobre gestão, refletir sobre suas experiências passadas e analisar as decisões que já tomou. Aprender com os acertos e erros, observar padrões e tendências no seu setor e estar aberto ao feedback são fundamentais. Também é crucial manter-se atualizado sobre as práticas de mercado e novas tecnologias.   Dessa forma, você tomará decisões mais assertivas (mesmo quando não tiver tantos dados disponíveis).

   A razão proporciona uma tomada de decisão com mais chances de sucesso, enquanto a intuição, enriquecida pela experiência e conhecimento, permite uma adaptabilidade essencial no ambiente dinâmico dos negócios. Continuar aprendendo e desenvolvendo suas capacidades é fundamental para se tornar um gestor mais completo e eficaz.

Referências: 

Dicionário Online de Português. Dicio. Razão. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/>. Acesso em: 27 de maio de 2024.

Dicionário Online de Português. Dicio. Intuição. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/>. Acesso em: 27 de maio de 2024.

Sobre o Autor: Guilherme Cavalcante Araújo é estudante de Administração de Empresas pela UniCesumar, aluno premiado com Menção Honrosa na OBMEP 2018 (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) e medalhista de ouro na OBA 2012 (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica)

Instagram: @guilhermespace

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