O Papel das Mães no Contexto das Organizações.
Por: Thaís Liliane dos Santos
Publicado em: 09/05/2024
Por: Thaís Liliane dos Santos
Publicado em: 09/05/2024
Provavelmente você já deve ter percebido que, infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade cheia de preconceitos e estereótipos sobre a mulher que escolhe ser mãe e, ao mesmo tempo, continuar sua carreira profissional. Nós, mulheres, conquistamos muitos direitos ao longo dos anos, mas, ainda nos deparamos com diversas dificuldades para conseguir um emprego, simplesmente mantê-lo ou ascender nele.
De acordo com a pesquisa do IBGE “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, publicada em 08 de março de 2024, o número de mulheres que se tornaram mães como mais de 40 anos cresceu 65,7% em 12 anos. Outra faixa que apresentou alta no período foi mulheres de 30 a 39 anos com 19,7%. Com esses dados acreditamos que muitas delas adiam o sonho da maternidade por não se sentirem seguras na volta da licença-maternidade ou começar um novo emprego. As perguntas que norteiam esse contexto são as seguintes:
“Será que serei dispensada?”; “Mesmo me ausentando para as idas aos médicos, serei promovida?”; “Será que serei contratada mesmo tendo filho pequeno?”.
Ao retornar ao trabalho após a licença-maternidade a maioria das mães se sentem obrigadas a provar seu valor, como se esse ciclo nas organizações começasse do zero. De um modo geral, a maioria das empresas não acolhem as mães, as excluem e, em muitos momentos, temos que provar que somos “melhores” que os homens.
Quantas histórias já ouvimos de mulheres mães que nas entrevistas são questionadas sobre onde os filhos ficarão, enquanto trabalham ou quem levará os filhos ao médico quando ficarem doentes. Nesse contexto, o pai é exaltado quando sai do trabalho para levar o filho ao médico, enquanto a mãe é discriminada. Será que essas mesmas perguntas são direcionadas ao pai? Para a maioria das empresas contratar um “pai” é um grande benefício, pois ele se torna mais responsável quando possuem filhos.
É preciso que essa cultura machista seja excluída para dar um novo conceito sobre as mulheres que desejam seguir sua carreira profissional e se tornarem mães. As empresas precisam conhecer essa nova mulher. Quantas novas habilidades como paciência, tolerância, priorização, empatia, criatividade e liderança adquirimos nesse processo de transformação e quanta sensibilidade para lidar com situações e problemas que acontecem no dia a dia.
Mas, por que as organizações devem dar mais oportunidades para mães? Vejamos a seguir:
As experiências e habilidades adquiridas na gestão familiar contribuem para a criação de soluções criativas e auxiliam na diversidade de pensamento, trazendo uma perspectiva única para o local de trabalho, traduzida em força de trabalho diversificada. Você mãe, quantas vezes já teve que mediar conflitos entre seus filhos?
As mães conseguem adquirir e desenvolver habilidades extraordinárias ao equilibrar vida pessoal e profissional. Quem melhor do que uma mãe para entender o que seu filho quer ou precisa, quando ninguém entende? Podemos traduzir isso como empatia. Essas habilidades, além da empatia, comunicação eficaz e resolução de problemas, podem ser aplicadas em cargos de liderança dentro das organizações, inspirando e motivando outros membros da equipe.
Muitas vezes as mães se tornam defensoras de políticas inclusivas, beneficiando todos os funcionários e não apenas mães, como licença paternal remunerada, creches em ambientes no trabalho, assistência à saúde, promovendo um ambiente acolhedor para todos.
Não poderia deixar mencionar as habilidades de resiliência e gerenciamento de tempo. A logística matinal de uma mãe que se propõe em alimentar os filhos, trocar suas roupas, preparar a mochila e ainda estar às 8h no trabalho arrumada e maquiada conta como uma boa gerenciadora de tempo?
Destas e de outras formas as mães contribuem de maneira relevante para o andamento e sucesso nas organizações.
Faz-se necessário que toda a sociedade reconheça e valorize essas contribuições, e implemente cada vez mais políticas que apoiem as necessidades únicas das mães e de suas famílias com práticas organizacionais mais inclusivas e igualitárias. Lembrando que devemos fazer essas reflexões todos os dias e não somente nesse mês de maio em que é comemorado o Dia das Mães.
Sobre a Autora: Thaís Liliane é Professora Mediadora da Unicesumar, graduada em Ciências Contábeis e Administração. Pós-graduada em EAD e Tecnologias Educacionais; Especialista em Auditoria e Controladoria; Pós-graduada em Municipalidade e Políticas Públicas e o título mais importante: mãe do Davi (3 anos).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2443222116741164
REFERÊNCIAS:
1. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil. Rio de Janeiro, RJ: IBGE, 2024. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102066_informativo.pdf>. Acesso em 22 abr. 2024.
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