Liderança Feminina – Evolução, Desafios e Perspectivas.
Por: Joselaine Marques
Publicado em: 03/10/2024
Por: Joselaine Marques
Publicado em: 03/10/2024
Caro leitor(a), vamos refletir nesse artigo sobre o tema Liderança Feminina, sua evolução desafios e perspectivas.
Afinal, ao longo da história da humanidade, podemos ver uma incansável luta das mulheres por espaço e valorização nos diversos âmbitos da nossa sociedade.
E, claro que no ambiente corporativo não poderia ser diferente! As mulheres enfrentam diversos obstáculos para alcançar posições de liderança.
E atualmente, como está esse cenário? Vamos lá!
Segundo a 8ª edição "Women in the Boardroom", pesquisa realizada pela Deloitte, empresa global de consultoria e auditoria, apenas 6% de CEOs são mulheres no mundo todo. Apesar de ser uma porcentagem baixa, em 2023 houve um aumento de 1% em relação ao ano de 2022.
O estudo também mostra avanço no Brasil – onde a representação de mulheres em cargos de CEO aumentou de 0,8% para 2,4% em 2023.
A pesquisa também aponta que Mulheres ocupam 23,3% dos assentos em conselhos de administração em todo o mundo – ainda que pequeno, o número representa um aumento de 3,6% desde a última edição do relatório publicada em 2022.
Temos constatado que a participação de mulheres em cargos executivos vem apresentado um crescimento significativo, e desde 2015, essa participação aumentou de 17% para 28%. E claro, que esse avanço reflete a importância crescente das mulheres e o reconhecimento de suas habilidades e competências em liderar.
Esse reconhecimento vem sendo comprovado pelos estudos e pesquisas realizados no mundo todo, como o estudo realizado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) em 2019, envolvendo 13 mil empresas, que revelou benefícios e melhores resultados nas que tinham líderes mulheres, como:
60% das empresas aumentaram lucro e produtividade;
57% melhoraram seus resultados gerais;
56% ampliaram a habilidade para atrair e manter talentos;
54% melhoraram sua reputação;
36% aumentaram a habilidade para atrair o interesse dos clientes e atender demandas do consumidor.
É um fato, que esses resultados são reflexos das competências e habilidades presentes nas líderes mulheres, como:
Capacidade de promover um ambiente inclusivo e colaborativo;
Valorização do trabalho em equipe e a construção de relacionamentos sólidos dentro da organização;
Maior empatia, inteligência emocional e habilidade para resolver conflitos;
Abordagem mais humana, compreendendo as necessidades e motivações dos colaboradores;
Decisões equilibradas para criar um ambiente de trabalho harmonioso;
Excelentes habilidades de comunicação.
Não podemos negar que a liderança feminina tem evoluído, e novas tendências têm surgido no mundo dos negócios. E que apesar de não ser no ritmo que gostaríamos, existe uma crescente valorização das habilidades tradicionalmente associadas às mulheres, e que essas características são fundamentais para a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos e inovadores.
Mas mesmo com os avanços, ainda existem muitos desafios culturais e estruturais que as mulheres precisam enfrentar, como:
Disparidade Salarial: As mulheres ainda ganham menos que os homens em cargos semelhantes. Em 2018, a diferença salarial era de aproximadamente 20,5%, de acordo com o IBGE.
Preconceito e Discriminação: Mulheres em posições de liderança muitas vezes enfrentam preconceitos e estereótipos de gênero que podem dificultar seu avanço na carreira.
Equilíbrio entre Vida Profissional e Pessoal: A dupla jornada de trabalho (profissional e doméstica) ainda é uma realidade para muitas mulheres, impactando sua disponibilidade para cargos de liderança.
E diante desse cenário, existem algumas iniciativas que as empresas podem realizar para promover a Liderança feminina, como:
Programas de Mentoria: para apoiar o desenvolvimento de líderes femininas.
Redes de Apoio: para proporcionar suporte, networking e capacitação para mulheres empreendedoras e líderes.
Políticas de Inclusão: para promover a igualdade de gênero em suas estruturas de liderança.
Sabemos que a jornada para uma maior representatividade das mulheres em cargos de liderança é desafiadora, mas o futuro é promissor. Para isso, é preciso que as empresas busquem uma conscientização cada vez mais sólida, de que a liderança feminina no mundo corporativo não existe apenas para cumprir cotas ou requisitos de ESG. Mas acima de tudo, é uma forma de reconhecer e aproveitar todo o potencial humano disponível.
Com as mulheres atuando em cargos de liderança, não somente as empresas são beneficiadas, mas a sociedade como um todo. Mulheres em posições de poder servem como inspiração para as futuras gerações, mostrando que é possível alcançar grandes realizações independentemente do gênero. Assim, ao promover a liderança feminina, as organizações estarão construindo passo a passo, um futuro mais justo, equilibrado e próspero para todos.
Sobre a autora: Graduada em Administração e Gestão de Recursos Humanos; Graduanda em Processos Gerenciais; Especialista em EAD e as Tecnologias educacionais; pós-graduanda em Docência no ensino superior; atuo como professora mediadora na UniCesumar desde 2013; com vasta experiência na educação e foco no ensino-aprendizagem.
Lattes: https://lattes.cnpq.br/6571024865611794
REFERÊNCIAS:
Diferença cai em sete anos, mas mulheres ainda ganham 20,5% menos que homens. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/23924-diferenca-cai-em-sete-anos-mas-mulheres-ainda-ganham-20-5-menos-que-homens>. Acesso em: 12 Jul. 2024
Mulher no comando de empresas dá mais lucro. Disponível em: <https://www.ibgc.org.br/blog/diversidade-oit>. Acesso em: 12 Jul. 2024.
SERRANO, L. Apenas 6% de CEOs são mulheres no mundo, aponta pesquisa da Deloitte. Disponível em: <https://exame.com/carreira/apenas-6-de-ceos-sao-mulheres-no-mundo-aponta-pesquisa-da-deloitte/>. Acesso em: 12 Jul. 2024.
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