INFLAÇÃO EM ALTA: UM ALERTA PARA O GOVERNO E A SOCIEDADE SOBRE OS EFEITOS NO EMPREGO, RENDA E ECONOMIA.
Por: Lilian Santos
Publicado em: 22/08/2024
Por: Lilian Santos
Publicado em: 22/08/2024
A hiperinflação é um tema que merece uma análise crítica, especialmente no contexto brasileiro. Não é apenas uma questão de números que sobem em gráficos; é uma realidade que afeta o pão de cada dia, o emprego e a esperança de um futuro melhor. A história econômica do Brasil é marcada por episódios de inflação galopante, que deixaram cicatrizes profundas na memória coletiva, especialmente durante os anos turbulentos da década de 1990.
Inflação é o processo caracterizado pelo aumento contínuo dos preços de produtos de bens e serviços. Ela geralmente ocorre quando a economia não consegue produzir suficiente para acompanhar a demanda, o que resulta em uma oferta insuficiente de produtos e serviços embora a inflação seja um fenômeno comum em todas as economias do mundo, seus impactos são mais severos em países em desenvolvimento, como no Brasil (Gutierres, 2004).
A análise da trajetória econômica do Brasil revela um cenário em que a inflação, ao atingir patamares exorbitantes, tem o potencial de desestabilizar a estrutura financeira de uma nação. Especificamente, na primeira metade da década de 1990, o país enfrentou uma escalada inflacionária que resultou em taxas de aumento de preços extraordinariamente elevadas. Antecedendo a implementação do Plano Real, o índice inflacionário brasileiro registrou uma taxa anual de 2.500%, uma conjuntura de turbulência econômica meticulosamente documentada por Westin (2024), e ilustrada na Figura 1.
Figura 1: Anos de hiperinflação
Fonte: Westin (2024)
Assim, a experiência nos mostra que a inflação alta pode se tornar uma verdadeira força corrosiva que, uma vez desencadeada, parece quase impossível de ser contida. Seus efeitos permeiam todas as camadas da sociedade, causando desvalorização da moeda nacional, incertezas no mercado, instabilidade econômica e, talvez o mais palpável para o cidadão comum, a redução do poder de compra (Banco Central do Brasil, 2024).
Não apenas o poder de compra do trabalhador está em risco, mas também o seu emprego. Empresas de todos os setores e ramos podem ser afetadas pelos custos crescentes de produção e serviços. Em período de inflação alta, os empregadores podem se ver forçados a demitir funcionários como uma das medidas para mitigar prejuízos. Isso desencadeia um ciclo vicioso de redução do consumo, da geração de empregos com empresas de todo o tipo indo à falência (Gutierres, 2004; Banco Central do Brasil, 2024).
Os efeitos da inflação alta não se limitam a isso; toda a economia do país pode ser afetada pela incerteza econômica. Os efeitos desastrosos também afetam o interesse por investimentos e trazem danos significativos à economia. Esse contexto pode levar à desvalorização da moeda nacional e a um cenário ainda mais caótico, como o vivenciado pelo Brasil antes da implementação do Plano Real (Gutierres, 2004; Banco Central do Brasil, 2024).
Portanto, a alta inflação pode desencadear uma cadeia de efeitos adversos no emprego, na renda e na economia como um todo, uma vez que esses fatores estão intrinsecamente conectados e se influenciam mutuamente. Assim, é imperativo que o Governo, empresários e toda a população apoiem políticas econômicas voltadas para a estabilidade dos preços e o controle da inflação. O desafio está lançado: é hora de aprender com o passado e agir com prudência para garantir um futuro estável e próspero para todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL. O que é inflação? Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/oqueinflacao>. Acesso em: 24 abr. 2024.
GUTIERRES, Ana Claudia. O que é inflação? Revista Eletrônica de Administração, [S.l.], v. 1, n. 6, p. [páginas do artigo], jun. 2004. ISSN 1676-6822.
WESTIN, Ricardo. Antes do Plano Real, inflação no Brasil chegou a 2.500% ao ano. Brasília: Senado Federal, 2024. Disponível em <https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/antes-do-plano-real-inflacao-no-brasil-chegou-a-2-500-ao-ano> Acesso em: 24 abr. 2024.
Sobre a Autora: Lilian Santos é professora, produtora de conteúdo acadêmico, graduada em Turismo, e possui Doutorado e Mestrado em Transportes. Atualmente cursa Administração na UniCesumar.
Email: lilisisa@gmail.com
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