A história e a evolução do comércio eletrônico
Por: Johny Henrique Magalhães Casado e Gabrieli dos Santos Moura
Publicado em: 25/07/2024
A história e a evolução do comércio eletrônico
Por: Johny Henrique Magalhães Casado e Gabrieli dos Santos Moura
Publicado em: 25/07/2024
A sociedade passou por significativas transformações nas últimas décadas, impulsionadas pelo avanço da tecnologia e pela intensificação da globalização. Após o término da Segunda Guerra Mundial, um movimento emergiu, no qual empresas e governos passaram a adotar cada vez mais tecnologia, influenciando diretamente as dinâmicas de consumo. Esse contexto globalizado, especialmente a partir dos anos setenta e impulsionado ainda mais no final dos anos noventa, provocou uma série de mudanças nas interações entre pessoas e empresas, redefinindo a maneira como os produtos e serviços são consumidos.
Considerando o impacto da tecnologia e da globalização, é crucial que as empresas se preparem adequadamente para atender às expectativas de seus stakeholders. Em relação aos acionistas, as organizações devem buscar formas de aumentar as vendas, reduzir custos e desenvolver estratégias para fidelizar os clientes de maneira eficaz. No que diz respeito às expectativas dos clientes, as empresas buscam satisfazer suas necessidades de consumo, oferecendo produtos e serviços no momento e da forma mais conveniente possível. Nesse sentido, o comércio eletrônico surge como uma ferramenta intermediária para atender às expectativas tanto dos clientes quanto dos acionistas.
O comércio eletrônico consiste na oferta de produtos e serviços por meio de plataformas eletrônicas e da internet, e sua expansão tem sido notável. Empresas de diferentes portes têm se empenhado em compreender as especificidades desse mercado e aproveitar as oportunidades que ele oferece. A história do e-commerce remonta à década de setenta, quando as empresas iniciaram as primeiras trocas de requisições de mercadorias entre si utilizando protocolos de acesso direto. Esse foi o ponto de partida para a introdução da tecnologia nas relações comerciais. Ao longo dos anos seguintes, com o avanço da informática e o desenvolvimento de softwares e hardwares, foi possível criar interfaces mais amigáveis aos usuários, facilitando o uso desses meios eletrônicos por parte das organizações e profissionais.
Até os anos noventa, não existia uma rede de internet como conhecemos hoje. Em vez disso, havia diversas redes independentes, nem sempre interconectadas de forma eficiente. Somente em 1990, com a criação do hipertexto World Wide Web (WWW) pelo físico Tim Berners-Lee, a navegação na internet se tornou viável, permitindo uma maior integração entre as empresas e suas redes de comunicação. A evolução ocorrida ao longo da década de noventa marcou de fato na expansão do uso da internet nas relações comerciais entre as diferentes organizações, segundo Turchi (2019, p. 9):
Naquele momento a Internet era composta por aproximadamente 50 mil redes internacionais, e cerca de 50% delas estavam nos EUA. Por volta de 1992/1993 (chamada 1a fase da Web) foi estabelecida uma melhor infraestrutura da rede, e entre 1993/1995 (a chamada 2a fase da Web) ocorreu a adoção da Internet pelos geeks, usando o navegador Netscape 1.0. Entre 1995/1998 (3a fase) atingiu o público em geral, e o mundo empresarial ocupou a rede. Surgiram grandes empresas, como Amazon, Ebay, UOL, Yahoo, Submarino, conforme detalhado a seguir. A partir de julho de 1995, mais de 6 milhões de computadores estavam conectados à Internet, além de muitos sistemas portáteis e desktops, que ficavam on-line por apenas alguns momentos. Iniciava-se, assim, a segunda geração da Web.
Empresas como Yahoo, fundada em 1994, Google em 1997 e MSN em 1998, desempenharam um papel crucial na popularização da internet em todo o mundo. No Brasil, os primeiros passos rumo à disseminação da internet foram dados em 1989, com as iniciativas da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo) em parceria com o FERMILAB (Laboratório de Física de Altas Tecnologias de Chicago, nos Estados Unidos). Nesse período, os primeiros arquivos em meio eletrônico foram criados, e já ocorriam trocas de comunicação por meio de correio eletrônico entre essas instituições.
O avanço da internet e do comércio eletrônico pode ser compreendido através de dois momentos marcantes, que representaram saltos evolutivos distintos e complexos:
WEB 2.0: Considerada a terceira geração da internet, essa fase teve início no início dos anos 2000 e foi caracterizada pela proliferação de portais, blogs, microblogs, sites de relacionamento e redes sociais pioneiras. A WEB 2.0 estimulou a interação entre os usuários, permitindo que todos contribuíssem para a consolidação da internet como um meio de comunicação e interação social. Uma das características marcantes foi a transição dos usuários de meros espectadores para produtores de conteúdo, o que aumentou o interesse pelo uso da internet para interação, comunicação e compras.
WEB 3.0: Esta é a fase atual de desenvolvimento da sociedade, na qual grandes empresas como Facebook, Google, Amazon e outras oferecem uma ampla gama de serviços aos usuários. Essas empresas também acumulam uma quantidade significativa de informações dos usuários da internet, sendo responsáveis pela segurança desses dados. A coleta de dados dos usuários é utilizada para personalizar os serviços, como apresentar resultados de pesquisa mais relevantes e direcionar ofertas de produtos e serviços de acordo com os interesses dos usuários. A crescente disponibilidade de informações também tem sido explorada por essas empresas para fins comerciais.
O crescimento e a consolidação da internet como meio de comunicação e informação impõem às empresas uma nova realidade para fazer negócios. Atualmente, é indispensável que as empresas, independentemente do porte, estejam presentes na internet (BANOV, 2017). A exposição de produtos, informações comerciais e endereços, mesmo sem a realização de transações diretas, é fundamental para que as empresas sejam encontradas pelos consumidores. Estar presente nas redes sociais, ter um site e interagir com clientes e potenciais clientes pela internet são aspectos essenciais para a consolidação de uma marca ou empresa no Brasil.
As organizações e os gestores envolvidos no comércio eletrônico devem reconhecer que essa área requer conhecimentos específicos que todos os envolvidos, ou aqueles que desejam se envolver, devem dominar. Para uma compreensão adequada desse campo, é essencial começar com a definição de comércio eletrônico antes de explorar os conceitos subjacentes. O comércio eletrônico envolve o uso de meios eletrônicos, como a internet, para realizar trocas, compras e vendas de mercadorias e serviços na sociedade (TURCHI, 2019).
A principal distinção entre o comércio eletrônico e o comércio tradicional reside no fato de que o primeiro ocorre principalmente através de meios eletrônicos. Embora seja uma extensão do comércio tradicional, o comércio eletrônico se destaca por ocorrer em:
(...) um ambiente digital em que as operações de troca, compra e venda e prestação de serviço ocorrem com suporte de equipamentos e programas de informática, por meio dos quais se possibilita realizar a negociação, a conclusão e até́ a execução do contrato, quando for o caso de bens intangíveis (TEIXEIRA, 2015, p. 25).
É crucial que gestores, profissionais e organizações compreendam as diversas possibilidades oferecidas pelo comércio eletrônico para seus negócios. Para concretizar essa compreensão, é essencial que todos estejam cientes das oportunidades que surgem desse tipo de comércio, assim como do potencial da tecnologia para atrair novos clientes e alcançar novos públicos. Portanto, familiarizar-se com os termos e conceitos associados ao comércio eletrônico é uma condição necessária para utilizar todas as suas possibilidades nos negócios.
Esse conceito pode ser entendido como a influência que a rede possui no processo de compra dos produtos e serviços pelos clientes, ou seja, ao prestar um bom atendimento em na sua comercialização ela poderá impactar toda a rede, o contrário também é verdadeiro, se prestar um a atendimento ruim também será divulgado.
A utilização da internet como uma ferramenta para impulsionar a comercialização de produtos e serviços tem sido uma vertente crucial para as organizações no século XXI. Portanto, o conhecimento dos principais conceitos relacionados a essa área oferece vantagens e oportunidades significativas para profissionais e organizações em diversos setores. O comportamento do consumidor durante a pesquisa ou compra online é influenciado por vários atributos ou aspectos-chave associados ao website ou loja virtual que estão visitando. Cada um desses aspectos contribui para a compreensão de como os atributos de um comércio eletrônico podem afetar e influenciar o comportamento do consumidor online.
As decisões de consumo dos indivíduos, assim como o nível de envolvimento que eles demonstram durante o processo de compra, podem influenciar sua aceitação em relação a um comércio eletrônico. Portanto, as organizações devem buscar compreender e entender as atitudes dos consumidores e como essas atitudes podem ser moldadas para tornar os produtos e serviços oferecidos pela empresa em seu comércio eletrônico mais atrativos aos consumidores (BANOV, 2017).
O marketing, ou sua versão voltada para o comércio eletrônico, conhecida como e-marketing, desempenha um papel crucial ao aproximar as ações das organizações das expectativas de seus consumidores. Surge então o conceito dos oito Ps do marketing que devem ser aplicados ao comércio eletrônico: pesquisa, planejamento, produção, publicação, promoção, propagação, personalização e precisão. A evolução tecnológica ocorre em um ritmo acelerado, portanto, é responsabilidade dos profissionais de marketing captar essas inovações e estar sempre atentos às necessidades de incorporação dessas novas tecnologias ao comércio eletrônico da organização, tornando-o mais eficiente e eficaz aos olhos dos clientes e consumidores. O e-marketing também é uma ferramenta importante para a fidelização de clientes e para criar ferramentas que tornem as compras cada vez mais recorrentes para a organização.
E você já pensou em empreender no comércio eletrônico?
Referências:
BANOV, M. R. Comportamento do consumidor: vencendo desafios. São Paulo: Cengage Learning, 2017.
TEIXEIRA, T. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015.
TURCHI, S. R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
Sobre os Autores:
Gabrieli dos Santos é Graduada em Administração e Gestão de Recursos Humanos. Pós-graduada em Educação a Distância e Direito Tributário Processual Tributário. Graduanda em Ciências Biológicas. Atua na Educação ha 5 anos e, atualmente, é professora na Graduação.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4222518277914671
Johny Henrique é Graduado em administração, Ciências Contábeis e Comércio Exterior. Pós-graduado em Gestão Pública e Gestão Comercial. Mestre em Contabilidade. Atua como professor de graduação e pós graduação em cursos na área da gestão.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9738015571815808
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