A ascensão das máquinas, dispositivos inteligentes, inteligência artificial (IA) e da chamada “engenharia das coisas” gerou, em um primeiro momento, a percepção equivocada de que o capital humano seria substituído nesses processos. 

No entanto, ao aprofundarmos a análise, percebe-se que tais tecnologias funcionam como extensões da inteligência personalizada de cada indivíduo e empreendimento. Uma mesma ferramenta pode ser utilizada de maneiras infinitas, dependendo da criatividade e da necessidade do usuário. 

Os projetos e soluções dentro das organizações continuam, portanto, intrinsecamente relacionados ao intelecto humano. Tome-se como exemplo o uso do ChatGPT por escritores: ao contrário de reduzir ou substituir a criatividade do autor, a ferramenta amplia suas possibilidades de produção e eficiência, permitindo a criação de coletâneas inteiras a partir de um único projeto inicial. 

A capacidade de processamento dessas plataformas ultrapassa as limitações físicas do ser humano, mas é sempre imprescindível a atuação do indivíduo para dar origem e sentido à criação. As máquinas não substituem o ser humano, pois toda criatura precisa do seu criador. No exemplo do escritor, enquanto a IA pode acelerar a produção e a revisão textual, a essência criativa e a visão artística continuam sendo competências exclusivamente humanas. 

O mesmo princípio se aplica a outros setores. Em livrarias, a IA pode agilizar correções e análises, enquanto, para estudantes, ela permite a elaboração de trabalhos acadêmicos com mais rapidez e qualidade, possibilitando uma revisão automática e precisa da linguagem e da ortografia. Assim, a ferramenta contribui para a otimização do tempo — recurso cada vez mais valioso nas sociedades contemporâneas, marcadas pelo ritmo acelerado e pelo consumismo incessante. As máquinas, por mais eficientes que sejam, operam a partir de comandos humanos e necessitam de supervisão e programação para evoluir. 

Apesar disso, muitos profissionais ainda hesitam em adotar metodologias ágeis e ferramentas tecnológicas por receio de serem considerados menos capazes. No entanto, a utilização ética e responsável dessas soluções não diminui o valor do capital humano. Pelo contrário: potencializa a atuação dos profissionais e permite que acompanhem as demandas do mundo em tempo real. A própria área de Administração é um exemplo notável de como tais avanços beneficiaram as instituições, tornando-as mais competitivas, sustentáveis e eficientes em custos e resultados. No contexto administrativo, o ganho de tempo proporcionado pelas ferramentas céleres é significativo. 

Durante a pandemia, plataformas como o Google Forms revolucionaram processos em escolas e empresas, dando continuidade às atividades de forma remota e acessível. A internet, por si só, transformou as organizações, permitindo que qualquer empresa, independentemente do porte, possa operar globalmente. Práticas antes inimagináveis, como a telemedicina e as videoconferências, hoje são realidades cotidianas que viabilizam transações e decisões em frações de segundos. 

Dessa forma, é possível afirmar que a Administração foi uma das profissões que mais avançou com o apoio das tecnologias digitais. As características peculiares do administrador contemporâneo — criatividade, visão sistêmica e capacidade de transformação — permitem a utilização extraordinária dessas ferramentas. 

É importante destacar que as tecnologias jamais resolverão, por si sós, suas próprias limitações; elas permanecerão como instrumentos dependentes do intelecto humano para serem aperfeiçoadas. Ademais, essas inovações contribuem para a melhoria da qualidade de vida, permitindo que profissionais ganhem tempo e possam conciliar melhor suas rotinas, até mesmo em contextos familiares, onde a falta de tempo tornou-se um desafio constante. 

Por meio da automação e da precisão proporcionadas pela IA, é possível alcançar maior produtividade sem comprometer o bem-estar. Diante desse cenário, é hora de os administradores abraçarem essa revolução tecnológica, investindo na criação e gestão de seus próprios sistemas e metodologias para consolidar uma administração contemporânea, ágil e extraordinária. 

Em um mundo que pulsa e se reinventa diariamente, essas ferramentas oferecem a possibilidade de antecipar tendências e ganhar competitividade. Tal como no cinema, onde obras previam viagens no tempo, hoje a tecnologia nos permite “adiantar” o futuro por meio de soluções que resgatam o passado e projetam o amanhã. 

Portanto, cabe aos administradores, mais do que nunca, liderar esse movimento, utilizando a inteligência artificial não como substituta, mas como aliada estratégica na construção de um presente e futuro mais eficiente, criativo e humano.

Dados da autora: Aurilene Gomes Barboza, aluna do curso de Administração EAD da Unicesumar.