O Metaverso: desvendando sua origem e seu conceito.


Por: Anne Carolina dos Santos

Publicado em: 21/09/2023

Você já ouviu falar sobre o metaverso?


Acredito que sim, então, do que você se recorda quando ouve essa palavra?


Certamente remete à tecnologia e ao uso de óculos de realidade virtual aumentada, não é mesmo?

Creio que talvez você se recorde do metaverso como uma promessa do dono da empresa que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, depois que alterou seu nome para Meta Platforms, sinalizando um compromisso em criar plataformas classificadas como metaverso.


Mas, você conhece o conceito e a origem do metaverso?


Continue a leitura para saber mais sobre esse assunto.

O conceito do metaverso remonta ao livro de ficção cientifica nomeado como Snow Crash, de autoria de Neal Stephenson, publicado em 1992. Neste livro de ficção, o metaverso foi descrito como um espaço de realidade virtual que utilizava da internet para aumentar a realidade por meio de avatares e softwares. É um livro riquíssimo de detalhes e cheio de histórias de ficção. Eu recomendo a leitura!


A partir daí, podemos definir o que significa metaverso. O metaverso se refere a um espaço virtual, que pode ser entendido como (Joy et al., 2022):


Como vimos, a ideia do metaverso relaciona-se ao conceito de uma segunda vida, que ocorre no mundo virtual, por meio da representação do usuário através de avatares. Então, o metaverso pode se materializar por meio de diversos tipos de plataformas, como plataformas para entretenimento, socialização, para realizar compras online e assim por diante.


Atualmente existem diversas plataformas que podem ser classificadas como metaverso, porém, como isso se iniciou?


A primeira plataforma classificada como metaverso foi o Second Life. Ela foi relevante para a evolução das plataformas de metaverso que conhecemos atualmente.


Essa plataforma Second Life foi lançada no ano de 2003, pela empresa Linden Lab, trata-se de uma comunidade online, com características de um jogo eletrônico, no qual os usuários criam avatares, compram produtos virtuais, assim como possuem propriedades virtuais (como carros, imóveis, entre outros), interagem entre si e negociam tais itens digitalmente com outros avatares (Gonzalez, 2020).


A seguir, a Figura 1 demonstra um espaço de festa no Second Life e vários avatares.

Figura 1: Second Life

Fonte: Forbes (2023).

O Second Life possibilita aplicar técnicas de construção no ambiente virtual (conhecido como Alphaworld). Assim, a rentabilidade dos desenvolvedores da plataforma é baseada na troca de moeda do mundo real pela moeda do mundo virtual (no caso é conhecida como Linden Dollars), para possibilitar aquisições no Alphaworld. O Second Life oferece muitas atividades virtuais, mas não conseguiu manter seus usuários engajados (Gonzalez, 2020).


Apesar do Second Life ainda estar ativo desde 2003, ao longo do tempo, a plataforma passou por diversos problemas e desafios, como tumultos virtuais e até clubes de strip-tease virtuais. Assim, podemos identificar que como comunidades no mundo real, uma plataforma de metaverso pode passar por problemas. Portanto, os usuários da plataforma Second Life perderam o interesse de continuar acessando diante de outras plataformas que passaram a atrair o interesse dos usuários (Joy et al., 2022).


Então, podemos concluir que o metaverso possibilitou um mundo de novidades tanto para os usuários como para as empresas. As empresas estão aproveitando esses espaços frequentados, principalmente, pelos jovens para investir em publicidade e propaganda, ao incluir itens de moda (skins) com sua marca, por exemplo. Aqui, vemos a inter-relação entre o mundo real e o virtual.


Há diversas plataformas que podem ser classificadas como metaverso, basta preencher cinco requisitos expostos acima (Joy et al., 2022) e não necessariamente precisamos utilizar óculos de realidade virtual aumentada. Essas plataformas vão desde entretenimento, como acesso a espaços de competição entre usuários, espaços de atrações musicais, cultos religiosos, cerimonias de casamento, entrevistas de empregos e assim por diante.


Assim, o que podemos esperar no futuro do metaverso? Convido você a refletir sobre o impacto dessa interação virtual, possibilitada pelo metaverso, para a vida humana, em seus aspectos físicos e psicológicos. Será que estamos todos preparados para o metaverso?


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1 Avatar é uma representação gráfica de um ser em tela de aparelhos tecnológicos, este ser imita características físicas e comportamentais humanas, como também pode assumir comportamentos fictícios (irreais), como possuir superpoderes, como voar, correr em velocidade sobre-humana entre outros.

2 Skins se referem a itens do vestuário e acessórios online que geralmente são adquiridos por meio da plataforma, com intuito de serem utilizados pelos avatares dos usuários.


Sobre a autora: Anne Carolina dos Santos é Mestre em Ciências Contábeis no Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Maringá, na linha de pesquisa de usuários externos. Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente é Professora Mediadora na Unicesumar.

Instagram: @annecdos


REFERÊNCIAS:

FORBES (2023). Second Life chega aos 20 anos e mostra que desafio do metaverso é antigo. Disponível em: <https://forbes.com.br/forbes-tech/2023/06/second-life-chega-aos-20-anos-e-mostra-que-desafio-do-metaverso-e-antigo>. Acesso em 14 set. 2023.

GONZALEZ, P. (2020). Digital fashion in the Metaverse. Master’s Degree in Design for the Fashion System. Politecnico di Milano School of Design. Disponível em: <https://www.politesi.polimi.it/retrieve/b7ea13e0-6f3d-4e88-8865-c22eba74024f/2022_06_GONZALEZ.pdf>.

JOY, A.; ZHU, Y.; PEÑA, C.; BROUARD, M. (2022). Digital future of luxury brands: Metaverse, digital fashion, and non‐fungible tokens. Strategic change, 31(3), 337-343. https://doi.org/10.1002/jsc.2502


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