Experiência e Inovação Podem Andar Juntas? 


Por: Maiara Casagrande

Publicado em: 09/11/2023

   Não é segredo para ninguém e, você, caro leitor, há de concordar comigo que as empresas buscam incessantemente a inovação e o progresso. A velocidade das mudanças tecnológicas e das dinâmicas de mercado, muitas vezes, faz com que a juventude seja encarada como sinônimo de ideias frescas e soluções inovadoras. No entanto, ao longo de minha jornada profissional, tenho notado um viés profundamente enraizado nas organizações: o etarismo.  

   Mas vamos ‘começar pelo início’, não é mesmo? Afinal, o que é etarismo?  O etarismo, assim como o sexismo e o racismo, refere-se a uma discriminação, e esta é baseada na idade do indivíduo. Ele pode manifestar-se de várias maneiras, desde a contratação até a promoção e a distribuição de tarefas. É comum vermos indivíduos qualificados e experientes sendo marginalizados, rotulados como obsoletos e irrelevantes. Esse equívoco ignora o vasto conhecimento, a perspectiva única e as habilidades que profissionais maduros trazem para as organizações.

   Meu propósito, como escritora desse artigo, é trazer algumas reflexões e desmistificar alguns conceitos errados que se tem sobre pessoas de gerações mais experientes quando comparado com os mais jovens, então, me propus a apresentar três, dentre tantos bons motivos para excluir o etarismo das organizações e passarmos a entender que experiência e inovação podem andar lado a lado!

   O primeiro motivo é quase óbvio e gostaria de chamá-lo de experiência ou sabedoria. Profissionais mais maduros geralmente acumularam anos de experiência em suas áreas de atuação. Essa bagagem inclui, não apenas conhecimento técnico, mas também insights sobre como lidar com desafios, gerir situações complexas e tomar decisões fundamentadas. Essa experiência pode ser inestimável para a resolução de problemas e orientação das equipes.

   A segunda vantagem é a resolução de conflitos. Com o passar dos anos, as pessoas tendem a desenvolver uma maior estabilidade emocional e resiliência diante de situações de estresse e pressão. Isso significa que profissionais mais velhos têm a capacidade de lidar com desafios de forma mais equilibrada, o que pode melhorar o ambiente de trabalho, promover a cooperação e ajudar a equipe a manter o foco em momentos difíceis.

   E para finalizar, não menos importante, gostaria de compartilhar sobre a criatividade e inovação que diversidade geracional traz consigo. A combinação de diferentes perspectivas e estilos de trabalho de diferentes gerações pode resultar em soluções mais abrangentes e adaptáveis aos desafios atuais. Quando essas diferentes gerações colaboram, ocorre uma fusão de conhecimento e criatividade. A experiência dos mais velhos pode fornecer orientação e estrutura para as ideias inovadoras dos mais jovens, enquanto estes últimos podem inspirar com abordagens frescas e tecnologicamente avançadas.

   A diversidade geracional é essencial para a inovação. A união de mentes jovens e mais experientes proporciona um caldeirão de ideias criativas e alicerces sólidos para implementar essas ideias. A interação entre gerações é um catalisador para o progresso, uma vez que a sabedoria dos mais velhos pode ser canalizada para a execução de soluções modernas.

   Desfazer-se do estigma do etarismo nas organizações não é apenas uma questão de justiça, mas também um movimento estratégico inteligente. A valorização e inclusão de profissionais maduros podem aprimorar significativamente a cultura corporativa e impulsionar o desempenho da empresa.

   Desta forma, convido o leitor a levar para seu ambiente profissional essa reflexão a fim de que as empresas repensem suas políticas de contratação e promoção, valorizando a diversidade etária. É preciso reconhecer que a inovação não tem idade. O futuro das organizações será mais brilhante se abraçarmos a riqueza que a experiência e a sabedoria das gerações mais antigas podem oferecer.

   Que a valorização das capacidades individuais prevaleça sobre os estereótipos baseados na idade, criando assim organizações mais dinâmicas, produtivas, inclusivas e onde a experiência e a inovação caminham de mãos dadas rumo ao progresso. 


Sobre a Autora: Graduada em Administração e Gestão da Qualidade; Especialista em Gestão Comercial; Docência no Ensino Superior; MBA em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de Equipes; Atua na área de educação desde 2015, apaixonada pela docência no campo universitário e voluntária na gestão do terceiro setor desde 2012.


Lattes: lattes.cnpq.br/9015322341984388


  

O PORTAL GESTOR não se responsabiliza pelo conteúdo e opiniões expressas no artigo publicado, que é de total responsabilidade do(a) autor(a).